Que as risadas superem as lágrimas em 2023

Emilly Garcia | Escritora
2 min readDec 28, 2022

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Final de ano, lista de metas, rituais de encerramento. Em meio a tudo isso, hoje tive coragem de aposentar meu case de máscaras, essas que, um dia, significaram proteção à vida. Agora olho para elas e vejo um amontoado de panos. O que vocês fizeram com as de vocês? Se eu soubesse costurar, gostaria de fazer uma colcha, tipo de retalhos, sabem?

Em 2020, a primeira vez que fui ao supermercado, logo depois do decreto estadual, foi surreal. As ruas estavam vazias, todo mundo de máscara e usando luvas. Era um clima de fim de mundo. Até início de 2022, não se podia sair de casa sem máscara. A vida normal parecia uma memória distante.

Todo esse clima armagedônico influenciou a minha escrita — não sei a de vocês — e olha que tentei não sucumbir a tanta negatividade, mas foram tantas mortes, tanta dor, tanta tristeza, e tanta gente fazendo pouco caso disso. Percebi que nem todo mundo se importava com o bem coletivo, vivia uma vida normal, ainda que postasse #ficaemcasa e #vivaaosus nas redes sociais.

Com 2023 batendo à porta, o espírito é completamente diferente. Não é o caso de ser gratiluz, mas depois de tudo o que passamos coletivamente e individualmente, merecemos vibrar alto, celebrar a vida, por nós mesmos e por aqueles que se foram antes das vacinas.

Apesar de ter começado como uma retrospectiva, a intenção desse texto é mais sobre olhar para frente do que para trás. É sobre voltar a sonhar, sorrir, planejar, escrever, voltar a acreditar na bondade das pessoas, no amor, na generosidade. Acontecimentos ruins e pessoas escrotas sempre vão atravessar o nosso caminho, que saibamos identificar, desviar e sair correndo, à la Forrest Gump. E, assim como foi em 2022, desejo, novamente, que as risadas superem as lágrimas em 2023.

Obs: ainda tenho máscaras descartáveis, para usar em ocasiões em que ainda sejam necessárias.

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Emilly Garcia | Escritora

Jornalista, escritora, teacher. From Pará. Adora um rolê de bike e um barzinho pra jogar papo fora. Um dia ainda vai escrever um livro. Talvez dois.